Times do Amapá jogam contra a homofobia nos estádios



A campanha que levou jogadores a levantarem a bandeira contra o preconceito é uma das formas encontradas pela Federação Amapaense de Futebol para conversão de penas dos clubes em medidas de interesse social.  

 

Quem pôde acompanhar os jogos das últimas temporadas dos campeonatos promovidos pela Federação Amapaense de Futebol (FAF), viu que um novo passo em grupo foi incluído no ritual de início das partidas. Não se trata de superstições e orações pedindo pela vitória, mas sim, de uma manifestação por respeito nas torcidas.

Graças à resolução 001/2019 do Tribunal de Justiça Desportiva do Amapá (TJD/AP), os jogadores mostraram que antes da disputa entre adversários, vem o respeito ao próximo, dentro e fora do campo. Uma faixa contra homofobia foi o instrumento utilizado para mostrar aos torcedores que nossos desportistas jogam, antes de tudo, contra todo tipo de preconceito.

A campanha contra homofobia é resultado de acordos entre os clubes e o TJD/AP, para compensar penas e multas de faltas cometidas no decorrer dos jogos.  

Arthur Lobo, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Amapá, explica que esse movimento de conversão de penas começou em 2017, quando o TJD/AP passou a adotar essa possibilidade prevista no Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

“O código desportivo prevê a conversão de pena em medidas de interesse social. Muitas vezes, os clubes não tem dinheiro para arcar com as multas, e até 50% das penas podem ser convertidas. Sendo assim, iniciamos esse movimento de responsabilidade social que já trouxe temas como violência contra mulher, racismo e, este ano, a homofobia para o campo”, disse.

As conversões iniciaram em 2017 e desde então, também foram efetivadas campanhas de doações de sangue, fraudas geriátricas e cestas básicas como forma de conversão de penas ou execuções de transações disciplinares para os clubes punidos.

O presidente da FAF, Netto Góes, defende que o respeito vem antes de qualquer rivalidade. “Não apoiamos em nenhuma situação que palavras de incentivo esportivo na torcida deem espaço para gritos preconceituosos. Nossas campanhas são por um futebol livre de intolerância”, disse.

No Brasil

Em agosto desse ano, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva emitiu um ofício para clubes e federações do futebol brasileiro contra os casos de homofobia nas competições nacionais. A nota, assinada pelo procurador geral Felipe Bevilacqua, foi embasada em decisões recentes do Superior Tribunal Federal e da Fifa, que visam defender a diversidade na sociedade – e também dentro dos estádios.

Veja alguns trabalhos

 



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