Juíza Alaíde de Paula protagoniza acordo que vai desafogar fila de cirurgias ortopédicas no Hospital de Emergência



A Juíza Alaíde Maria de Paula, titular da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, com competência para julgar casos de saúde pública, protagonizou um acordo que vai favorecer cerca de 100 pacientes que esperam na fila por uma cirurgia ortopédica no Hospital de Emergência do Estado. Pelo acordo, o Hospital São Camilo absorverá a demanda de média complexidade, até extinguir a fila de espera, enquanto as cirurgias de alta complexidade continuam sendo realizadas na rede pública de saúde.

"Saí do HE estarrecida, com a impressão de que estava em um hospital de guerra com tantas pessoas nos corredores. Então eu entendi que alguma coisa precisava fazer", disse a juíza. Embora tendo a opção de apenas sentenciar o processo, a magistrada optou por "procurar parceiros para, pelo menos, amenizar esta situação".

A iniciativa da magistrada surgiu a partir de inspeção realizada naquela unidade hospitalar na semana passada, motivada por Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Estadual a partir de denúncia do Conselho Regional de Enfermagem.

O diretor do Hospital São Camilo, Alcedir Rigelli, colocou a instituição à disposição, acatando a proposta da magistrada. "Hoje nós temos condições de contemplar todos os pacientes de média complexidade que estão aguardando cirurgia. Mas, os médicos farão uma avaliação de cada caso para averiguar se esses pacientes ainda apresentam o quadro de média complexidade da época em que foi registrado, ou se está agravado", disse o administrador. Informado ainda que é possível realizar até 30 cirurgias mensais. "Estamos disponíveis para começar a partir de amanhã", declarou.

De acordo com o diretor do Hospital de Emergência, Rafael Gonçalves Dantas, "há 27 pacientes regulados na lista para cirurgia no Hospital de Especialidades Alberto Lima, porque cirurgias de membros inferiores não são feitas no HE". Além desse número, outros pacientes aguardam dentro do Pronto Socorro para realizar suas cirurgias, "somando um total de 102 pacientes".

O médico do Hospital São Camilo Luiz Alberto Dourado explicou que "a maioria dos pacientes que está na fila do HE é de média complexidade. "São aqueles que, após a cirurgia em no máximo três dias poderão ir pra casa", detalhou. Ele explicou também que os pacientes de alta complexidade, "que muitas vezes precisam de UTI e de maior tempo de internação, esses continuarão sendo atendidos no hospital público, permitindo assim que nós possamos atender uma quantidade maior, evitando que o quadro se agrave".

O secretário estadual de saúde, João Bitencourt, disse que para a SESA "toda iniciativa de ajuda é bem-vinda". Afirmou também que o estado já tem recurso em conta para a construção de um novo Hospital de Emergência, na zona norte de Macapá. Mas, não informou data para início das obras. Também falou em realizar uma reforma no atual HE, mas também não informou quando.

 

Por Bernadeth Farias

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