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Evasão escolar atinge 500 mil jovens por ano no Brasil, diz estudo

Evasão escolar atinge 500 mil jovens por ano no Brasil, diz estudo

Conforme o levantamento, seis em cada dez alunos concluem o ensino médio; camada pobre da população é a mais atingida


Distantes de países como Colômbia, México, Costa Rica, Portugal e Chile, a educação básica no Brasil registra anualmente números alarmantes. Segundo um estudo realizado em abril pela Firjan Sesi, apenas seis em cada dez brasileiros concluem o Ensino Médio até os 24 anos. No Chile, por exemplo, essa taxa é de 93,4%, onde foram concentrados esforços no combate à evasão escolar.

O abandono aos estudos na faixa etária acima dos 16 anos representa meio milhão de alunos que deixaram de concluir o ensino médio. A classe social de baixa renda protagoniza esse trágico cenário. Neste universo, entre os 20% mais pobres, 46% concluíram o ensino médio. Já entre os 20% mais ricos, esse número sobe expressivamente para 94% – ou seja, mais que o dobro.

De acordo com o Thiago Freitas, sócio-fundador da EJA Brasil EAD, empresa especializada em ensino à distância, muitos alunos deixam os estudos para trabalharem a fim de compor mais renda em casa. “Muitos desses jovens abandonam os estudos por uma questão de sobrevivência, pois precisam levar dinheiro para casa. Há outros motivos que, infelizmente, afastam os jovens da escola, mas o quesito financeiro é o principal deles”, analisa.

Uma pesquisa realizada pelo Pnad, em 2019, apontou que 39,1% dos jovens brasileiros revelaram que abandonaram os estudos porque precisavam trabalhar. No entanto, a evasão escolar tem motivações diferentes de acordo com a região do país ou situação do indivíduo. Uma gravidez não planejada, principalmente em cidades do interior; e a dificuldade no transporte escolar, como em algumas cidades da Bahia, onde há casos em que o trajeto casa-escola é feito em duas horas, conferem empecilhos ao aluno em seguir com os estudos.

Já o Ipec, em pesquisa encomendada pela Unicef, pouco antes das eleições do ano passado, aponta que dois milhões de pessoas de 11 a 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica deixaram a escola no Brasil, representando 11% da amostra. Entre os estudantes dessa faixa etária que frequentam a escola, 21% pensaram em desistir, porque, entre os principais motivos, não conseguem acompanhar as explicações ou atividades passadas pelos docentes – 50% pensaram em desistir por esse motivo.

A falta de políticas públicas, com comprometimento sério na educação, é o fator principal que acaba desvirtuando o aluno da escola, opina Thiago. Ele acrescenta ainda que o supletivo é uma alternativa rápida a fim de reparar esse tempo perdido, e principalmente para gerar oportunidades. “Nunca é tarde para retomar os estudos. Independente do motivo que levou o aluno a abandonar a escola, é imprescindível que ele volte a estudar para que consiga um bom emprego e retome o aprendizado que perdeu. O supletivo a distância, EJA EAD, proporciona na metade do tempo essa possibilidade”.




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