Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
ANEEL propõe redução nos valores das bandeiras tarifárias para energia elétrica

ANEEL propõe redução nos valores das bandeiras tarifárias para energia elétrica

Cenário hidrológico, grande oferta de energia renovável no país e alívio no preço dos combustíveis fósseis no mercado internacional são apontados como motivo da possível redução dos valores das bandeiras tarifárias


A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou ontem, 23, a abertura de consulta pública para discutir a redução dos valores de referência das Bandeiras Tarifárias, sistema que sinaliza aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. Caso aprovada, a medida resultará de um cenário hidrológico favorável, da ampla oferta de energia renovável no país e da queda nos preços dos combustíveis fósseis no mercado internacional. A consulta pública estará aberta até o dia 6 de outubro, permitindo que a população e os interessados possam contribuir com suas opiniões.

As reduções propostas variam de acordo com a faixa tarifária: para a bandeira amarela, a queda é de quase 37%, saindo dos atuais R$ 29,89/MWh para R$ 18,85/MWh; para a bandeira vermelha patamar 1, o valor diminui 31%, indo de R$ 65,00/MWh para R$ 44,64/MWh; já para a bandeira vermelha patamar 2, a redução é de quase 20%, passando de R$ 97,95/MWh para R$ 78,77/MWh. A redução proposta também terá um impacto positivo nos reajustes tarifários ordinários, com a perspectiva de diminuição dos componentes relacionados à operação do Sistema Interligado Nacional.

A possível diminuição dos custos da energia elétrica, resultado das atuais condições favoráveis de produção de energia no Brasil, é vista positivamente pelo diretor-presidente da Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica, Alexei Vivan. Ele destaca que essa proposta de redução, somada à não ativação frequente das bandeiras tarifárias devido à geração mais barata, reflete a intenção da ANEEL de não apenas evitar o acionamento das bandeiras, mas também de reduzir seus valores.

Desde abril do ano passado, a bandeira tarifária segue verde, sem custo adicional ao consumidor, devido às favoráveis condições de oferta de energia. Com o atual cenário, espera-se que essa situação continue até o final do ano.

Economistas também comemoram essa redução nos preços da energia elétrica. Felipe Queiroz, pesquisador da Unicamp, destaca que a queda nos preços beneficia não apenas as famílias, que terão mais folga no orçamento, mas também diversos setores da economia, que terão seus custos reduzidos. Setores como a indústria, supermercados e comércio em geral são grandes consumidores de energia elétrica, e a redução nos preços pode gerar impactos positivos em toda a economia, levando à redução dos custos de produção e, consequentemente, dos pre ços gerais.

A crise na geração de energia em 2021 resultou no aumento das tarifas de energia elétrica, tornando esse novo cenário favorável uma notícia bem-vinda para os consumidores. Renan Gomes de Pieri, economista, enfatiza que a redução tarifária agora é possível devido ao término dos contratos das usinas termelétricas, que possuem custos de geração mais altos. Com a geração de energia mais barata, abre-se espaço para a redução nos preços.

As bandeiras tarifárias foram criadas em 2015 para tornar a conta de luz mais transparente, indicando ao consumidor os custos reais da geração de energia elétrica. O sistema reflete os custos variáveis da geração de energia, sendo acionadas bandeiras diferentes conforme as condições de geração. Com a atual situação favorável, espera-se que as tarifas continuem baixas e que os benefícios se estendam a diversos setores da economia e à população em geral.

Fonte: Brasil 61




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