Em seu manifesto, a Organização diz que a instituição familiar reforça a necessidade de uma estabilidade econômica e acesso à saúde e à educação públicas. Pexels
Aldeias Infantis SOS publica manifesto em defesa de ações para fortalecer relações familiares

Aldeias Infantis SOS publica manifesto em defesa de ações para fortalecer relações familiares

Material foi produzido a partir de pesquisas da Organização que destacam a necessidade de acesso a serviços básicos e especializados para evitar a separação judicial de famílias


Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, anuncia a publicação de um manifesto que declara a urgência da sociedade e do Poder Público em agir para garantir que famílias em situação de vulnerabilidade social tenham acesso a uma ampla rede de serviços básicos e especializados, considerados essenciais para que nenhuma criança cresça sozinha. 

O documento se baseia em dados levantados pela Aldeias Infantis SOS Internacional (SOS Children’s Village) por meio do “Relatório Global sobre Cuidado e Proteção Infantil”, produzido em parceria com dez instituições acadêmicas e apresentado na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, no mês de outubro, para a ocasião dos 35 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, que reforça a importância das relações familiares na formação humana. O estudo ouviu 1.137 pessoas, sendo sua maioria crianças e adolescentes, além de membros familiares adultos e profissionais da área, e foi conduzido em sete países – a saber, Costa do Marfim, Dinamarca, El Salvador, Indonésia, Quênia, Quirguistão e Uruguai.

Em seu manifesto, a Aldeias Infantis SOS afirma, de partida, que a instituição familiar reforça a necessidade de “uma estabilidade econômica, incluindo atendimento em saúde e educação públicas e de qualidade, educação de qualidade e inclusiva, mobilidade (especialmente em áreas rurais) e moradias seguras e dignas.” Entre as principais ações para efetivar a dignidade e a proteção das famílias, o documento elenca o apoio psicossocial efetivo - “que pode oferecer escuta individualizada e acompanhamento sistemático” - e sistemas de proteção integrados e eficazes, “a fim de evitar riscos de desproteção de meninos e meninas.”

De acordo com a Organização, a necessidade dessas e de outras ações já havia sido constatada na pesquisa Vozes (In)escutadas e rompimento de vínculos, realizada em 2023, pela própria Aldeias Infantis SOS no Brasil. O levantamento em questão destacou a negligência como o motivo mais comum para o acolhimento de crianças e adolescentes. O documento explica que a “negligência” comporta ocorrências em que as famílias são consideradas incapazes de prover cuidado para seus filhos. “Entretanto, a negligência deve ser entendida como uma falta também da sociedade e do Estado, a fim de evitar uma indevida e injusta culpabilização sobre as famílias”, pontua a Organização.

Fortalecimento familiar

O manifesta da Aldeias Infantis SOS ainda reforça que o “Relatório Global sobre Cuidado e Proteção Infantil” revelou dados alarmantes sobre a ausência de políticas públicas que resultam no acolhimento de crianças e adolescentes nas regiões onde a pesquisa foi conduzida. Entre os destaques, o documento cita “o impacto da falta de serviços sociais e aumento da pobreza sobre as famílias, contribuindo para violência doméstica e vulnerabilização das famílias; situações de exploração do trabalho infantil e crianças e adolescentes em situação de rua, condições potencializadas pela pobreza e pela evasão escolar; e o casamento infantil, uma prática que prioriza o costume tradicional em detrimento dos direitos das crianças e adolescentes, assim como a gravidez precoce, que reforça a desigualdade de gênero em todo o mundo.”

Nesse contexto, a Aldeias Infantis SOS ressalta que, atualmente, conduz projetos para a prevenção da separação de crianças e adolescentes e suas famílias, por meio dos quais apoia pais e cuidadores para o desenvolvimento de competências socioemocionais, geração de renda para a autossuficiência familiar e proteção das crianças, adolescentes e jovens sob seus cuidados.  

“A Organização também busca identificar pontos sensíveis do dia a dia das famílias, em tempo de promover ações que fortaleçam participantes e minimizem situações desfavoráveis, reduzindo o risco da perda do cuidado parental”, esclarece a Organização, conhecida, também, pelo seu trabalho de acolhimento de crianças e adolescentes que perderam o vínculo parental por força de decisão da Justiça.   

“A Aldeias Infantis SOS reforça seu posicionamento de que o melhor lugar para meninos e meninas é junto de suas famílias e atua no sistema de garantia de direitos para assegurar o princípio do melhor interesse da criança, de acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, finaliza o documento.  

Leia abaixo o manifesto completo da Aldeias Infantis SOS:

Manifesto sobre a importância das relações familiares fortes

Pesquisas feitas pela Aldeias Infantis SOS destacam a necessidade de acesso a serviços básicos e especializados para evitar a separação familiar

Em um ambiente familiar, é natural que uma criança busque amor, proteção, reconhecimento e atenção. Os jovens, por sua vez, não são diferentes e precisam se sentir amados, ouvidos, protegidos e respeitados. As famílias ressaltam a necessidade de uma estabilidade econômica, incluindo atendimento em saúde e educação públicas e de qualidade, educação de qualidade e inclusiva, mobilidade (especialmente em áreas rurais) e moradias seguras e dignas.

Os dados foram levantados pela Aldeias Infantis SOS Internacional (SOS Children’s Village) por meio do Relatório Global sobre Cuidado e Proteção Infantil, produzido em parceria com dez instituições acadêmicas e apresentado na Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, em outubro de 2024. O estudo ouviu 1.137 pessoas, sendo sua maioria crianças e adolescentes, além de membros familiares adultos e profissionais da área, e foi conduzido em sete países: Costa do Marfim, Dinamarca, El Salvador, Indonésia, Quênia, Quirguistão e Uruguai.

A Organização, que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, declara a urgência de garantir que famílias em situação de vulnerabilidade tenham acesso a uma ampla rede de serviços básicos e especializados, essenciais para que nenhuma criança cresça sozinha. Entre as principais ações para efetivar a dignidade e a proteção das famílias, estão o apoio psicossocial efetivo, que pode oferecer escuta individualizada e acompanhamento sistemático, e sistemas de proteção integrados e eficazes, a fim de evitar riscos de desproteção de meninos e meninas.

A necessidade dessas ações é comprovada também pela pesquisa Vozes (In)escutadas e rompimento de vínculos, realizada em 2023 pela Aldeias Infantis SOS no Brasil. O levantamento destacou a negligência como o motivo mais comum para o acolhimento de crianças e adolescentes, comportando, sobretudo, casos em que as famílias são consideradas incapazes de prover cuidado para seus filhos. Entretanto, a negligência deve ser entendida como uma falta também da sociedade e do Estado, a fim de evitar uma indevida e injusta culpabilização sobre as famílias. Por ser genérico, o termo pode camuflar separações familiares arbitrárias motivadas por diversas formas de discriminação, desconsiderando a excepcionalidade da medida de cuidados alternativos e restringindo o acesso dessas crianças e adolescentes a seus direitos – o que inclui, mas não se restringe a, seu direito à convivência familiar e comunitária.

O Relatório Global, por sua vez, também revelou dados sobre a ausência de políticas públicas que resultam no acolhimento de crianças e adolescentes nas regiões onde a pesquisa foi conduzida. Entre os destaques estão o impacto da falta de serviços sociais e aumento da pobreza sobre as famílias[1], contribuindo para violência doméstica e vulnerabilização das famílias; situações de exploração do trabalho infantil e crianças e adolescentes em situação de rua[2], condições potencializadas pela pobreza e pela evasão escolar; e o casamento infantil, uma prática que prioriza o costume tradicional em detrimento dos direitos das crianças e adolescentes, assim como a gravidez precoce, que reforça a desigualdade de gênero em todo o mundo[3].

Por meio de diversos projetos, a Aldeias Infantis SOS previne a separação de crianças e adolescentes e suas famílias e apoia pais e cuidadores por meio do desenvolvimento de competências socioemocionais, de geração de renda para a autossuficiência familiar e a proteção das crianças, adolescentes e jovens, sob sua responsabilidade. A Organização também busca identificar pontos sensíveis do dia a dia das famílias, em tempo de promover ações que fortaleçam participantes e minimizem situações desfavoráveis, reduzindo o risco da perda do cuidado parental.

A Aldeias Infantis SOS reforça seu posicionamento de que o melhor lugar para meninos e meninas é junto de suas famílias e atua no sistema de garantia de direitos para assegurar o princípio do melhor interesse da criança, de acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

[1] Global Report on Childrens Care and Protection - Página 45

[2] Página 44

[3] Página 58


Sobre a Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias. 

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 57 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. 

Para mais informações, acesse o site: www.aldeiasinfantis.org.br/




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