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Município de Santana

Veja dados gerais, bandeira, brasão, história, divisão fisiográfica, comunidades e colônias.


Histórico

A história do município de Santana em muitos aspectos aproxima-se do que ocorrera com o município de Macapá, no sentido de que, quando o governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão (capitão-general Mendonça Furtado) fundou a vila de São José de Macapá no dia 4 de fevereiro de 1758, prosseguiu viagem para a capitania de São José do rio Negro, e deparou-se com a ilha de Santana, situada à margem esquerda do rio Amazonas, elevando-a à categoria de povoado.

Os primeiros habitantes eram moradores de origem européia, principalmente portugueses, mestiços vindos do Pará e índios da nação tucujus. Estes últimos vindos de aldeamentos originários do rio Negro, chefiados por Francisco Portilho de Melo, que fugia das autoridades fiscais paraenses, em decorrência de estar atuando no comércio clandestino.

• Francisco Portilho de Melo foi o primeiro desbravador da ilha de Santana. Além de foragido da lei, era um escravocrata, e, portanto, exigia respeito das tribos que dominava. Apesar de ser, por muito tempo, perseguido pelas autoridades lusitanas, Portilho recebia apoio dos mercados de Belém, logicamente interessados no tráfico de mão-de-obra nativa. Aproveitando-se disto – e da viagem de demarcação e estabelecimento da capitania do rio Negro, realizada por Mendonça Furtado (1758) – e, ao mesmo tempo, tentando melhorar sua imagem, resolveu cooperar com Mendonça Furtado (governador do Grão-Pará e Maranhão), dando-lhe informações preciosas sobre a Amazônia, que ele tão bem conhecia. Além da mão-de-obra barata que o governador necessitava para a construção da Fortaleza de São José de Macapá, os escravos serviriam pra produzir alimentos necessários à manutenção da tropa. Caso contrário, teria de importar da Europa a custos altíssimos.

De sua aliança com Mendonça Furtado obteve o título de capitão e Diretor do povoado de Santana. Em troca, teria de remanejar aproximadamente quinhentos silvícolas, mais conhecidos por tucuju, que estavam, na época, sob sua guarda e chefia. Este fato provocou bastante insatisfação por parte dos índios, que tiveram de se afastar de seu habitat natural e enfrentar condições bastante prejudiciais a sua vida e a sua cultura.

Com esse acordo, o governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão deu continuidade ao projeto de construção da Fortaleza de São José de Macapá e ampliou a produção agrícola.

Concentrando-se na ilha de Santana, Portilho de Melo conviveu com a redução bastante acentuada da força de trabalho. Muitos índios fugiram, esconderam-se ou simplesmente desapareceram. Outros morreram em conseqüência dos maus-tratos e doenças tropicais.

O nome “Santana” é uma homenagem a Nossa Senhora de Sant’Ana, de quem os europeus e seus descendentes, entre eles Francisco Portilho, eram devotos.

A partir da descoberta das jazidas de manganês em Serra do Navio pelo caboclo Mário Cruz e da conseqüente instalação da empresa ICOMI naquele local, no ano de 1956, Santana experimentou um crescimento populacional significativo. Foi o momento também em que teve início a construção da ferrovia Santana/Serra do Navio, com 194 Km de extensão. A principal finalidade era transportar os operários e escoar o carregamento de minério, em virtude da inviabilidade do transporte por via marítima com destino direto aos mercados interno e externo.

Por se tratar de uma cidade portuária, foi construído um cais flutuante que acompanha o movimento das marés, pela sua profundidade e fácil navegabilidade, permitindo assim o acesso de navios cargueiros de grande porte. Foi construído o principal porto de embarque de pinho para exportação e desembarque de navios, contendo produtos importados. É também em Santana que se localiza o Distrito Industrial do Amapá, à margem esquerda do rio Matapi, afluente do rio Amazonas.

Com a instalação da ICOMI, foi construído um cais em frente a ilha de Santana, gerando empregos, atraindo pessoas de várias partes do país e incentivando comércios e pequenas indústrias. Tudo isto objetivando, obviamente, fazer bons negócios e assim obter grandes lucros. Houve a criação de vilas e a ampliação da área urbana do povoado, o que o elevou à categoria de Distrito em 1981, pela lei nº 153/81-PMM. Seu primeiro Agente Distrital oficial foi Francisco Corrêa Nobre.

Objetivando alojar o primeiro núcleo habitacional de trabalhadores, a Icomi construiu, na década de 50, a Vila Amazonas. A empresa preparou toda a infra-estrutura de saneamento básico de uma grande área no então Distrito para oferecer melhores condições de moradia aos seus operários. Foram edificados um hospital, um clube recreativo, escola e supermercado. Na Vila até hoje esta é a única área do Município de Santana com rede de esgoto adequada.

A população oriunda da área portuária, se concentrou na área da Avenida Amazonas, atualmente Avenida Cláudio Lúcio Monteiro. Um segundo eixo, contrapondo-se ao inicial, formou-se por causa da ferrovia Santana/Serra do Navio e Rodovia Duque de Caxias. Nestes pontos foi instalado o primeiro núcleo habitacional residencial destinado exclusivamente aos trabalhadores do porto, denominado Vila Maia.

A BRUMASA S/A, indústria de compensado ligada ao grupo CAEMI foi instalada na década de 60 em Santana, provocando a criação de outro porto para a cidade. O porto existente era exclusivo da empresa ICOMI, associada da empresa multinacional BETHLEHEM STEEL. O governo foi obrigado a remover o aglomerado da beira do cais, chamado de “Vila Confusão” ou “Vila Cutaca”, acentuado a tendência de expansão ao longo do eixo norte. Esta vileta hoje se transformou no bairro Nova Brasília.

Santana foi elevado à categoria de município através do Decreto-lei nº 7369 de 17 de dezembro de 1987. Foi nomeado um prefeito interino em 15/11/88. Heitor de Azevedo Picanço estruturou a administração pública municipal, criando condições para o futuro prefeito que seria eleito diretamente pelo povo em 15 de novembro de 1988, Rosemiro Rocha.

Com o esgotamento das jazidas manganíferas, muito importantes para a economia do ex-Território, fez-se necessário buscar outras alternativas econômicas para o Amapá.

Em 1991, os políticos amapaenses articularam junto ao Governo Federal a implantação da área de livre comércio de Macapá e Santana, no intuito de impedir que a economia do Estado estagnasse. Por outro lado a implantação da área de livre comércio de Macapá e Santana instigou o crescimento populacional de todo o Estado. O resultado deste superpovoamento provocou um processo de urbanização desorganizada com conseqüentes problemas sociais. Santana vivencia hoje uma das maiores concentrações de imigrantes do Estado.

Devido a posição geográfica e com o crescimento da ALCMS, as atividades portuárias no cais tendem a aumentar ainda mais o núcleo populacional.

Aspectos Gerais:

• Localização:o município de Santana localiza-se ao Sul do Estado do Amapá.

• Área: aproximadamente 1.599,70 Km²

• Limites:faz limites com os municípios de Macapá, Mazagão e Porto Grande.

• Divisão Política: obedece à seguinte divisão: sede do município (Santana), Ilha de Santana, Igarapé da Fortaleza e Igarapé do Lago.

• População:Confira a população de todos os municípios clicando aqui.

 

Divisão Politica:
Alem da sede municipal, possui as seguintes comunidades e distritos: Igarapé da Fortaleza, Igarapé do Lago, Ilha de Santana,

Brasão:

 

Bandeira:


Divisão Fisiográfica:

• Vegetação:nas terras do município predominam 5 tipos de vegetação: cerrado, floresta tropical densa, área alagada, floresta de várzea e tensão ecológica.

• Hidrografia:Há em Santana vários rios e Igarapés. Os rios mais importantes são: Amazonas, Matapi, Maruanum, Tributário, Piassacá, Vila Nova, Igarapé do Lago e Igarapé da Fortaleza.

• Clima: predomina o tipo tropical chuvoso, com temperatura média de 23º C.

 

Economia

São responsáveis pela economia do município, no setor primário, a criação de gados bovino, bubalino e suíno. A atividade pesqueira e a extração da madeira, além, da venda de produtos tipicamente nortistas (madeira e açaí) contribuem também para o desenvolvimento econômico de Santana. No setor secundário, Santana mantém sob o seu domínio o Distrito Industrial do Amapá, cujo parque sofre constante ampliação. Lá funcionam as empresas Flórida e Equador, com fábricas de palmitos de açaí; ISA Peixe (indústria de pescados) e a empresa REAMA (que industrializa a coca-cola no Estado); CIMACER (fábrica de tijolos); FACEPA (que trabalha na reciclagem de papel), CHAMPION (responsável pela plantação de pinho), dentre outras. No setor terciário: bares, hotéis, motéis e o comércio (Área de Livre Comércio de Macapá e Santana – ALCMS) ajudam a fazer a vida econômica do município. Os funcionários do serviço público são os que recebem as maiores remunerações, movimentando o comércio.

 

Atração Turística

Aomo atração turística, o porto de embarque e desembarque de produtos importados e cavacos de pinho, o porto flutuante de embarque do manganês pelotizado; a ilha de Santana, que fica do outro lado da cidade e que tem, inclusive, o balneário “Recanto da Aldeia”, são bastante freqüentados aos finais de semana, etc.

Cultura

• Eventos Culturais: o evento de maior expressividade é a festa de Santa Ana, que ocorre no mês de julho, precisamente no dia 27, além do período junino (Santana na Roça), são muito animados. É também festejado o Divino Espírito Santo em janeiro (02/01) e realizados em junho (dia 29) os festejos em louvor à Mãe de Deus.

 

Texto do historiador Edgar Rodrigues

 


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